A física
quântica contém mistérios capazes de surpreender até mesmo as mentes mais
criativas. Imagine você um líquido capaz de desafiar a gravidade e subir pelas
laterais do recipiente que o contém, escapando logo em seguida. Ou então um
disco de metal que simplesmente fica parado no ar, no eixo que você escolher.
Está
duvidando? Pois então, assista ao vídeo abaixo. Podemos esperar dois minutos
antes de encher a sua cabeça com a explicação de fenômenos incríveis, que
parecem ter saído de mundos inventados por escritores doidões e pintores
surrealistas.
Supercondutores: solução para a crise de energia?
Ao serem
resfriados a uma temperatura perto de zero absoluto (-273,15 ºC), muitos metais
perdem sua resistência à eletricidade de maneira drástica, transformando-se em
supercondutores. Cabos comuns, responsáveis por conduzir a eletricidade dos
geradores até as nossas casas, acabam perdendo cerca de 10 por cento da energia
em forma de calor, por causa de sua resistência. Já os supercondutores não
perdem energia alguma.
Como se
não bastasse, esses materiais geram um campo magnético muito forte e, não por
acaso, são usados na construção do Grande Colisor de Hádrons (LHC)
para conduzir as partículas por um caminho específico e, também, auxiliar na
detecção de eventos causados por uma colisão.
Além
disso, há também a possibilidade de supercondutores armazenarem grandes
quantidades de energia. Isso poderia ser usado, por exemplo, em conjunto com
recursos renováveis. Como a produção de energia eólica, solar e hidráulica é um
bocado imprevisível, esses supercondutores poderiam guardar a quantidade extra
produzida quando a demanda fosse baixa. Assim, o problema de energia do mundo
poderia ser resolvido.
Descobertos
em 1911, esses metais gelados também possuem outra característica
impressionante: o efeito de flutuação demonstrado no vídeo acima. Basta soltar
um supercondutor sobre um ímã para que ele fique parado no ar. Isso acontece
porque o campo magnético do ímã acaba fazendo com que o supercondutor
também crie o seu próprio campo. A repulsão mútua entre eles faz, então, com
que o supercondutor paire sobre o ímã.
Isso
poderia ser usado, por exemplo, em sistemas de transporte: um trem flutuando
sobre os trilhos não teria atrito e, portanto, se deslocaria a uma velocidade
muito alta. Já existem trens experimentais no Japão e na China que se
beneficiam dessa tecnologia. Entretanto, os tais maglev, como são conhecidos os trens, não usam metal como
supercondutor, já que o custo para mantê-lo resfriado seria muito alto. Em vez
disso, é empregada uma cerâmica que pode superconduzir a temperaturas bem mais
altas, sendo refrigerada com nitrogênio líquido e tornando o processo mais
barato.
Neste
ponto, é provável que o leitor mais atento esteja se perguntando: se os trens
precisam de uma refrigeração especial para continuar a levitar, como pode os
supercondutores funcionarem tão bem no LHC? A resposta, é claro, está em outro
material fantástico. O superfluido, do qual falaremos mais nos conteudos extras de Física.
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